IV Colóquio Habitat, Cidadania e Agroecologia
no Campo, nas Águas e Florestas
Ocupar, conquistar e habitar os territórios rurais em disputa, no Brasil e na América Latina
2 a 5 de dezembro de 2025 | Memorial Darcy Ribeiro e FAU UnB | Brasília DF

MESAS REDONDAS
Quarta-Feira | 03 de dezembro
​​​​
Mesa Redonda 1. Impactos dos setores da Construção e de Energia nos territórios dos povos rurais
​
Horário: 10:30 às 12:00
Local: Auditório do Memorial Darcy Ribeiro
​​
Mediação: Raíssa Pereira Cintra de Oliveira (Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Ouro Preto e Grupos: de Pesquisa e Extensão sobre Conflitos em Territórios Atingidos – CONTERRA e de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade – HABIS/IAU/USP)
​​
-
Rani Priscila de Sousa (Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Grupo Seridó Vivo)
​​
-
Maria Dulce Picanço Bentes Sobrinha (Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Grupo de Estudos Contemporâneos do Habitat – ECOHabitat)
​​
-
Flora d'El Rei Lopes Passos (Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Ouro Preto e Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Conflitos em Territórios Atingidos – CONTERRA)
​​
-
Mônica dos Santos (Comissão dos Atingidos pela Barragem do Fundão – CABF/MG e Grupo "Loucos pelo Bento")
​
​Ementa: A Mesa Redonda 1 propõe qualificar e aprofundar o debate sobre os processos de territorialização de setores vinculados à Construção Civil e à produção de energia, com foco especial na mineração para fins construtivos e na expansão de usinas eólicas. A partir da análise de dois contextos nacionais, nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Norte, busca-se compreender as relações estabelecidas entre esses empreendimentos, a propriedade privada da terra e os arranjos produtivos em que estão inseridos, com destaque para: a) o papel econômico e financeiro ocupado por esses subsetores e sua articulação com a cadeia da Construção Civil; b) a atuação do Estado nas esferas federal, estadual e municipal, especialmente no que se refere à legislação, regulamentação e concessão de subsídios públicos à mineração e à produção de energia; c) os conflitos fundiários gerados por seus processos de territorialização e os impactos ambientais associados, como ilustram os casos de Mariana e Brumadinho; d) as contradições estruturais dessas cadeias produtivas, envolvendo a propriedade da terra e dos meios sociais de produção, a extração de matérias-primas, a financeirização das mercadorias, a organização das forças produtivas, os modelos energéticos empregados e as formas contemporâneas de exploração do trabalho; e) as implicações desses setores no agravamento da crise climática. A proposta da Mesa busca tensionar o papel desses empreendimentos nos territórios rurais, analisando suas dinâmicas de apropriação e seus efeitos sobre o ambiente, a economia e os direitos dos povos e comunidades que habitam essas regiões.
​​​​​
​​​
Quinta-Feira | 04 de dezembro
​​​​​
Mesa Redonda 2. Políticas, programas e os aspectos da produção habitacional nas áreas rurais
​
Horário: 09:00 às 10:30
Local: Auditório do Memorial Darcy Ribeiro
​​
Mediação: Karla Emmanuela Ribeiro Hora (Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás e Laboratório de Estudos do Meio Ambiente)
​
-
Salete Carollo (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra – MST/Nacional)
​
-
Célia Regina das Neves (Conselho Nacional dos Povos Tradicionais – CNPTS e Confederação das Reservas Extrativistas Marinhas – CONFREM/PA)
​​
-
Rodolfo José Viana Sertori (Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade – HABIS/IAU/USP)
​
Ementa: Com o lançamento do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), em 2009, a questão da habitação social nas áreas rurais foi alçada a outro patamar de discussão. Embora o Programa tenha despertado o interesse de pesquisadores da Arquitetura e Urbanismo, com trabalhos que analisam, em geral, as dimensões do consumo da habitação e da própria política pública, sua implementação revelou importantes disputas entre movimentos sociais, cooperativas e agentes do Estado, em torno do 'controle' da sua produção. Além disso, também vieram à tona as contradições embutidas nos processos de produção da habitação nas áreas rurais, estruturadas na relação entre terra, capital e trabalho. Neste contexto, a Mesa Redonda 2 propõe aprofundar o debate sobre: a) a relação entre produção habitacional e propriedade da terra, formas de extração da renda da terra e seus vínculos com a questão agrária; b) o modelo de subsídio como forma de financiamento, suas implicações na padronização de projetos, materiais, técnicas construtivas e na organização da força de trabalho e gestão dos canteiros de obras; c) a articulação da produção habitacional com a dimensão ampliada do habitat, incluindo o acesso a infraestruturas, equipamentos e serviços em diferentes escalas; d) o papel dos arquitetos e urbanistas, das assessorias técnicas e do trabalho social na mediação entre projeto, território e sujeitos coletivos; e) as possibilidades de disputar outros processos de produção da habitação rural, baseados na participação, na autogestão e em novos paradigmas arquitetônicos, tecnológicos e construtivos, alinhados a uma perspectiva crítica da sustentabilidade na produção habitacional nas áreas rurais.
​​
​
Mesa Redonda 3. Os habitats rurais e uma nova perspectiva para o ensino, a pesquisa e a extensão em Arquitetura e Urbanismo
​
Horário: 16:30 às 18:00
Local: Auditório do Memorial Darcy Ribeiro
​​
Mediação: Akemi Ino (Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – IAU/USP e Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade – HABIS)
​
-
Andrea Naguissa Yuba (Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – FAENG/UFMS e Laboratório Canteiro Experimental)
​
-
João Paulo Oliveira Huguenin (Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás – Campus Goiás e Laboratório de Projetos)
​
-
Thiago Lopes Ferreira (Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e Grupos de Pesquisa: Morar de Outras Maneiras – MOM e Habitação e Sustentabilidade – HABIS/IAU/USP)
​
Ementa: ​A proposta da Mesa Redonda 3 é ampliar os debates sobre como os territórios dos povos rurais podem integrar os programas de formação curricular e/ou complementar de estudantes, pesquisadores e profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo. Seja por meio da abertura de novos cursos – via Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), por exemplo –, articulando estratégias de interiorização dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo; seja por meio de revisões e atualizações curriculares de cursos já existentes, bem como da promoção de Oficinas, Cursos de Difusão, Disciplinas Optativas, Práticas Extensionistas e modalidades de Canteiro Escola. Na medida em que essa nossa área do conhecimento científico e da prática profissional ainda é marcada por seu distanciamento das áreas e dos povos rurais, a Mesa também se apresenta como um importante espaço de compartilhamento de reflexões, diálogos e proposições sobre o papel de arquitetos-urbanistas nos territórios rurais, especialmente no que diz respeito às seguintes temáticas: a) planejamento territorial integrado, projeto dos habitats rurais e os significados e significantes da luta pelo direito à cidadania e dignidade nas áreas rurais; b) arranjos e processos de produção habitacional e desenho de políticas e programas habitacionais; c) formação profissional e o ofício das assessorias técnicas; d) projetos de infraestruturas, equipamentos e serviços nas áreas rurais, considerando suas diferentes escalas, tipologias e funcionalidades; e) tecnologias e sistemas construtivos adaptados, alinhados às demandas por habitação, infraestruturas e equipamentos, às características regionais, morfológicas e culturais e, ainda, às dimensões políticas, sociais, econômicas e ambientais. ​​​​​